segunda-feira, 16 de novembro de 2015

[7ª série] Confederação do Cariri

Resistência Indígena: Confederação Cariri - A Guerra dos Bárbaros

Blog de historiabrasil :História Brasileira, Resistência Indígena: Confederação Cariri - A  Guerra dos Bárbaros
A Confederação Cariri foi a maior resistência indígena do nordeste brasileiro, conhecida também como Guerra dos Bárbaros. O líder indígena Canindé da nação Janduim, comandou a resistência por décadas, levando a Coroa portuguesa a assinar um tratado de paz no ano de 1692. 
Quando os holandeses foram expulsos do nordeste no ano de 1654, os colonos luso-brasileiros introduziram a pecuária na região. Os índios da nação Janduim controlava o território, que abrangia os atuais Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, dificultando a avanço da pecuária. O gado era morto sempre que entrava no território indígena, e os colonos sempre respondiam com violência.   
Os Janduim foram aliados dos holandeses enquanto eles permaneceram no nordeste. Ciente disso, o Governador Geral João Fernandes Vieira, ordenou entre os anos de 1655 e 1657, uma expedição armada para conter os índios revoltosos do Rio Grande. Na expedição foram capturados dois filhos do líder Canindé, que foram enviados para Portugal e nunca mais voltaram.
Os colonos luso-brasileiros não conseguiam penetrar no sertão nordestino. Estavam tendo dificuldades para expandir a pecuária na região. Então, no ano de 1662, Luísa Gusmão, regente de Portugal declarou guerra justa contra a nação Janduim.
Os indígenas nordestinos realizaram uma grande reunião com os principais caciques, essa reunião recebeu o nome de Confederação Cariri e as nações participantes foram:Xukuru, Paiacu, Icó, Icozinho, Bultuí, Ariú, Area, Pega, Caracá, Canindé, Corema, Caracará, Bruxará, Piancó e JanduimAs fazendas aumentaram no interior do Ceará e Rio Grande, as batalhas se intensificaram, ocorrendo baixas de ambos os lados. Os indígenas atacavam as fazendas destruindo tudo pela frente e matando o gado.
Em 1687, os moradores do Rio Grande acusaram os índios Janduim; liderados por Canindé, de ter matado cem colonos e 30.000 cabeças de gado. No ano seguinte, o Governador Geral Matias da Cunha, enviou mais tropas oficiais para a região. A ordem era exterminar os Janduim, degolando a todos pra servir de exemplo para os outros índios rebelados.
O exército de trezentos homens sob o comando de Antônio Albuquerque foram atacados por 3.000 índios Janduim. Os sobreviventes conseguiram refugio na fortaleza do Açu, evitando um massacre completo. O Governador Geral chamou o temível paulista Jorge Velho, para reforça as tropas e exterminar os Janduim e resolver o problema de uma vez. 
Os moradores eram contrário ao reforço de Jorge Velho, temiam mais o paulista do que os próprios indígenas. O motivo da discordia era pelo fato de que os paulistas ficariam com as terras conquistadas e escravizariam os índios sobreviventes.
Mesmo assim, Jorge Velho partiu para o ataque com seiscentos homens. Depois de quatro dias de sangrentas batanhas, os homens de Jorge Velho ficaram sem munições. Sem alternativa, refugiaram-se na fortaleza do Açu, unindo-se aos outros soldados e aguardaram reforços.
Os indígenas nordestinos estavam no controle da situação, nem mesmo o temível paulista Jorge Velho foi capaz de acabar com a resistência. Em 1690, Matias Cardoso assumiu o controle da operação e Jorge Velho foi enviado para Palmares para destruir o quilombo.
Uma expedição foi organizada sob o comando de Antônio de Albuquerque e atacaram osJanduim. O líder Canindé comandava 14.000 Janduim espalhados em vinte e duas tribos. Assim mesmo, após forte ataque dos colonos, o Canindé foi capturado e enviado para a prisão. 
No ano de 1691, a Coroa portuguesa proibiu a guerra justa. O líder Canindé foi beneficiado e foi posto em liberdade. Meses depois, enviou mensageiros propondo a paz. Cansado de tanto sofrimento e tentando proteger os Janduim do exterminio, Canindé desistiu de lutar contra os portugueses.
O governador Câmara Coutinho aceitou o acordo, e no dia 10/04/1692, na presença de dois caciques, setenta lideranças indígenas e outras autoridades portuguesas assinaram o tratado de paz. No acordo ficou definido que os Janduim forneceriam 5.000 homens para guerriar em nome de Portugal e todos foram catequizados.
Em 1694, o governador Bernardo Vieira, declarou guerra justa e ordenou a formação de uma expedição de exterminio dos índios do Rio Grande. Os Janduim, agora aliados de Portugal, participaram das batalhas e ajudaram a exterminar seus parentes e antigos aliados.
No ano de 1699, o líder Canindé morreu de malária em uma aldeia jesuíta. A campanha de exterminio continuou com auxilio dos Janduim até 1712, quando a Coroa portuguesa quebrou o tratado de paz de 1692 e declarou guerra justa contra os Janduim.
A Coroa portuguesa no ano de 1720, considerou de forma oficial o fim da ConfederaçãoCariri e o nordeste livre de índios revoltosos. Os indígenas nordestinos ganharam diversas batalhas, mais no final o vencedor foi o colonizador, que enfim, pode expandir a pecuária na região nordeste.
Os portugueses não honraram o tratado de paz de 1692, e após dez anos da morte do líder Canindé, declararam guerra contra os Janduim. A nação Janduim lutou bravamente durante trinta anos contra os portugueses, depois lutou por mais de uma década do lado dos portugueses exterminando índios rebelados.
Fracos e sem liderança, foram exterminados do nordeste. Os atuais Estados do Rio Grande do Norte e Piauí são os únicos que não possuem aldeias indígenas. Seus descendentes formaram uma população mestiça, tornando-se os vaqueiros do sertão nordestino, ajudando a expandir a pecuária na região.



Nenhum comentário:

Postar um comentário