terça-feira, 4 de agosto de 2015

[7ª Série] Selvagem versus Civilizado segundo a visão européia

Boa noite galera!

Seguindo o pedido de alguns alunos, estou fazendo esta postagem para discutir a questão Selvagem versus Civilizado no contexto da colonização européia da América.

Podem postar suas dúvidas nos comentários.

Abraço meu povo!

Índios brasileiros retratados por um holandês



As telas mostram duas visões opostas sobre os indígenas brasileiros. O Tupi era visto pelo europeu como um indígena amigável e disposto a viver como “civilizado”, isto é, dentro dos moldes cristãos e mais integrado às atividades coloniais. Tanto o homem quanto a mulher Tupi usam roupas e são capazes de manejar ferramentas. A mandioca cortada indica, também, que eles cultivavam a terra.
Em contraste, a nudez dos Tapuias denota o caráter primitivo e selvagem desses indígenas. Os enfeites no rosto reforçam seu aspecto feroz. A natureza à volta é mais hostil, como mostra o tronco seco ao fundo e os animais peçonhentos. Os membros decepados levados pela mulher tapuia fazem uma clara referência ao ritual antropofágico cujo significado cultural era desconhecido pelo europeu que imaginava o canibalismo como  hábito da dieta indígena. A antropofagia fazia parte da cultura de vários povos indígenas brasileiros mas  seu significado variava. Os Tarairiu, que Eckhout chamou de Tapuia, praticavam a antropofagia dos entes queridos reduzindo seu corpo a pó que era misturado à farinha, diferente dos Tupinambás, grupo tupi, que praticavam a antropofagia para vingar a morte dos parentes mortos.
Em forte contraste à “selvageria canibal” dos Tapuias, Eckhout ressalta a maternidade da mulher Tupi que leva o filho junto de si retratando ambos com expressão gentil, mais “humana”. Já os Tapuias são mostrados como relutantes à civilização, mas “um mal necessário” para os holandeses por serem seus aliados na guerra contra os Ibéricos.

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