ntende-se por Revoluções Burguesas os
processos históricos que consolidam o poder econômico da burguesia, bem como
sua ascensão ao poder político. Ao longo dos séculos XVII e XVIII a burguesia
se demonstrará como uma classe social revolucionária, destruindo a ordem
feudal, consolidando o capitalismo e transformando o Estado para atender seus
interesses.
[Na esfera política] as chamadas
Revoluções Burguesas foram: as Revoluções Inglesas do século XVII (Puritana e
Gloriosa), a Independência dos EUA [...] e a Revolução Francesa. [Na esfera
econômica, a burguesia foi transformando gradativamente as relações sociais de
produção, generalizando as relações de trabalho assalariadas. Este processo é
conhecido como Revolução Industrial].
As revoluções
inglesas
No decorrer dos séculos XVI e XVII, a
burguesia desenvolveu-se, graças a ampliação da produção de mercadorias e das
práticas do mercantilismo - que auxiliaram no processo de acumulação de capitais.
No entanto, a partir de um certo
desenvolvimento das chamadas forças produtivas, a intervenção do Estado
Absolutista nos assuntos econômicos passaram a se constituir em um obstáculo
para o pleno desenvolvimento do capitalismo. A burguesia passa a defender a
liberdade comercial e a criticar o Absolutismo.
[...]
Além deste intenso desenvolvimento
econômico a Inglaterra dos séculos XVI e XVII apresentava uma outra
característica: os intensos conflitos religiosos.
A religião oficial, adotada pelo Estado
era o anglicanismo, existiam outras correntes religiosas: os protestantes (
calvinistas, luteranos e presbiterianos ), chamados de modo geral, de
puritanos. Havia ainda católicos no país. A monarquia inglesa - anglicana -
perseguia católicos e puritanos, gerando os conflitos religiosos.
[...]
Os conflitos entre monarquia e
parlamento
No século XVII, o Parlamento inglês
contava com um grande número de puritanos- que representavam os interesses da
burguesia- e não aceitavam mais a interferência do Estado Absolutista. Com a
morte de Elizabeth I, o trono inglês fica com os Stuarts. Foi durante esta
dinastia que ocorreram as Revoluções Inglesas.
[...]
Revolução Puritana e Gloriosa
A Revolução Gloriosa foi um
complemento da Revolução Puritana, garantindo a supremacia da burguesia,
através do controle do Parlamento. Também garantiu o fim do absolutismo
monárquico na Inglaterra e o surgimento do primeiro Estado burguês, sob a forma
de uma monarquia parlamentar.
O iluminismo
Entre os precursores do Iluminismo
temos René Descartes que mudou a concepção de mundo da época e defendeu a
universalidade do racionalismo
e Isaac Newton que provou que o universo é regido por leis.
Filósofos do Iluminismo
John Locke (1632/1704)-[...]
Acreditava na liberdade e na propriedade como direitos naturais do homem e,
para manutenção destes direitos, houve um contrato entre os homens, surgindo o
governo e a sociedade civil. Os governos teriam que respeitar os direitos
naturais e, caso não fizessem, os cidadão possuíam o direito de se rebelar
contra o governo tirano. Esta idéia será uma verdadeira arma na luta contra o
absolutismo monárquico.
O pensamento de Locke contribuiu para
a Revolução Gloriosa e influenciou a elaboração da Constituição dos EUA de
1787.
Montesquieu (1689/1755)- autor de O
espírito das leis, onde o pensador preconiza a separação dos poderes (
legislativo, executivo e judiciário), foi um crítico do absolutismo monárquico.
Voltaire (1694/1778) - severo crítico
da igreja, seu pensamento é caracterizado pelo anticlericalismo. Defensor dos
direitos individuais. Defendia uma monarquia esclarecida, onde o governo seria
baseado nas ideias dos filósofos. Escreveu Cartas inglesas.
Jean-Jacques Rousseau (1712/1778) -
era crítico da propriedade privada e da burguesia. ParaRousseau, o poder
político repousava sobre o povo, que manifestava sua vontade mediante o voto.
[...]
Pensamento econômico do iluminismo
O pensamento econômico do Iluminismo
estava centrado na questão da liberdade econômica, desenvolvendo-se duas
escolas: os fisiocratas e os liberais. as duas escolas criticavam o
mercantilismo e o pacto colonial, atendendo os interesses da burguesia.
Os fisiocratas criticavam as práticas
mercantilistas e propunhamo fim da intervenção do Estado nos assuntos
econômicos. Segundo os fisiocratas a economia funcionaria seguindo suas
próprias leis. Afirmavam que a fonte de riqueza era a terra. O lema dos
fisiocratas era "Laissezfaire,
laissezpasser, le monde va de lui-même" ( "Deixai fazer, deixai
passar, que o mundo anda por si mesmo").
Os principais nomes desta escola
foram: Quesnay, Turgot e Gournay.Os liberais, assim como os fisiocratas,
criticavam as práticas mercantilistas, porém, ao contrário deles, os liberais
consideravam o trabalho como a principal fonte de riquezas.
Defendiam a concorrência, a divisão do
trabalho e o livre comércio. O principal teórico desta escola foi Adam Smith,
que sistematizou o pensamento liberal na obra A riqueza das nações. As ideias
liberais são conhecidas como liberalismo econômico e constituem as premissas
básicas do capitalismo liberal.
Consequências do iluminismo
O Iluminismo criticava o absolutismo,
o mercantilismo, a intolerância religiosa e afirmava que os homens são iguais,
perante a Natureza. Assim, a desigualdade entre os homens é fruto da sociedade.
Para que haja uma sociedade justa é necessário a igualdade entre os homens e a
liberdade de expressão.
As ideias iluministas teve intensa
repercussão em toda a Europa influenciou sobremaneira na Revolução Francesa. Na
América, o Iluminismo inspirou a independência dos EUA e contribuíram para que
os Estados absolutistas da Europa patrocinassem reformas políticas.
[...]
A revolução
francesa
As transformações econômicas,
políticas e sociais dos séculos XVII e princípios do século XVIII se
manifestaram no plano filosófico, num movimento de crítica ao Antigo Regime ( o
Estado Absolutista e o Mercantilismo ). Este movimento é denominado Iluminismo.
A exemplo do que ocorreu na
Inglaterra, no final do século XVIII, o absolutismo constituía um enorme
obstáculo para o pleno desenvolvimento da burguesia francesa. A Revolução Francesa foi um reflexo da luta
da burguesia pelo poder político.
No entanto, o processo da Revolução
Francesa não é um movimento isolado. Ele está inserido num conjunto de
revoluções que questionavam o absolutismo, sendo um movimento que assolou toda
a Europa e a América.
Sendo assim, a Revolução carrega o
termo "Francesa" pois eclodiu na França- por uma série de fatores -no
entanto as suas propostas eram universais.
"Os burgueses franceses de 1789
afirmavam que a libertação da burguesia era a emancipação de toda a
humanidade" ( Karl Marx e Friedrich Engels ).
A revolução
dos estados unidos
A Revolução Americana foi a revolta
das colónias inglesas na América do Norte ocorrida entre 1775 e 1783, que
resultou na instituição dos Estados Unidos da América.
A Independência dos Estados Unidos é
considerada a primeira Revolução Americana (a segunda foi a Guerra de Secessão,
também nos Estados Unidos). Ela foi um marco na crise do Antigo Regime porque
rompeu a unidade do sistema colonial.
A política repressiva dos ingleses,
aliada a fatores culturais, como a influência do iluminismo, teve papel
importante no processo revolucionário americano. Outra fonte de conflito
foi o lançamento de impostos pesados sobre importações vitais para a
economia e a subsistência das colónias (açúcar, café, têxteis, etc.), a que se
acrescentou o imposto de selo sobre jornais, documentos legais e outros.
[...]
Pela primeira vez na História da
expansão europeia, uma colónia tornava-se independente por meio de um ato revolucionário.
E fazia-o não só proclamando ao mundo, no documento histórico aprovado em 4 de
Julho, o direito à independência e à livre escolha de cada povo e de cada
pessoa ("o direito à vida, à liberdade e à procura da felicidade" é
definido como inalienável e de origem divina), mas ainda construindo uma
federação de estados dotados de uma grande autonomia e aprovando uma
constituição política.
REFERÊNCIAS: